Alimentação suplementar como NUTREN e LEITE
Cestas Básicas,
A ABADOC foi fundada em 10 de Outubro de 1984, após o Sr. Aristide Penna, o pai da Maria de Lourdes (Lourdinha), ter falecido de câncer de pulmão e ela ter presenciado a dificuldade que então existia e ainda existe para as pessoas pobres no tratamento da doença e na obtenção de medicamentos gratuitos para câncer quando o paciente não se encontra internado.
Ela recebeu uma pequena doação do Sr. Olavo Macorin, um amigo da família, uma semana após a morte do pai dela, ao que tentou não receber, mas este insistiu dizendo, de forma enigmática, que seria de valia no futuro. Ao comentar esse episódio com seu então namorado, Edson Souza, dizendo a ele que pretendia doar a quantia aos que estivessem no hospital,este lhe sugeriu que ao invés disso, fosse criada uma instituição com CNPJ (na época CGC) e com a adesão de pessoas que se solidarizassem, para que o dinheiro e principalmente e ação de ajudar, não desaparecesse após o término desses fundos iniciais, mas se perpetuasse com novas doações e contribuições recebidas.
E assim foi feito. Com a ajuda de um advogado amigo da família, Dr. Hermógenes Siqueira, a partir de um estatuto adaptado de um clube de futebol, a ABADOC obteve seu registro no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas, inicialmente com sede na casa da Lourdinha. Com o dinheiro na época foram compradas algumas caixas de NOLVADEX, ONCOPROVERA e MEGESTAT, em contínua falta nos postos e hospitais, e um número correspondente de vales-medicamento foram emitidos para que, sempre que os médicos Drs. Renan e Urias atenderam o Sr. Aristide no começo, se deparassem durante uma consulta a um paciente carente que necessitasse desses remédios, eles dessem um ou mais desses vales medicamentos, que seriam trocados pelos pacientes na ABADOC. No verso desses vales-medicamentos, tinha uma mapinha de como chegar lá, inclusive os números das linhas de ônibus.
O Edson aprendeu a fazer contabilidade e fez os primeiros balanços da ABADOC. Outros fundadores atuantes como a Cida, o Flávio, a Dna. Lourdes (mãe da Lourdinha), a Rosalia, todos se empenharam em divulgar a ABADOC e fazer crescer a entidade.
Depois de um tempo, a ABADOC se mudou para a Rua Dr. Ulpiano da Costa Manso, 385, no Jardim Peri-Peri, numa casinha que foi gentilmente cedida pelo Sr. Hildebrando da Construtora Independência. Ficaram lá por 10 anos. Nesse período a ABADOC se organizou melhor e passou a contar com a inestimável ajuda das assistentes sociais dos hospitais para uma triagem prévia dos pacientes com respeito à sua real carência financeira familiar.
A certa altura, receberam um paciente, o Rodrigo com 23 anos de idade, que tinha câncer nos testículos, e precisava tomar 5 ampolas de TACSOL 100, que custava, cada ampola, à época R$ 750,00 e a ABADOC não tinha recursos para bancar todo o tratamento.
Mas, por uma "coincidência", a casinha vizinha da ABADOC no mesmo terreno, que era ocupada por um inquilino do Sr. Hildebrando, vagou e por "coincidência" a ABADOC recebeu na época várias doações de roupas que, mesmo depois de distribuídas aos pacientes, sobraram. Pediram então ao Sr. Hildebrando se poderiam ocupar aquela outra casinha para fazer um brechó beneficente por pouco tempo, podendo os interessados em alugar a casa a continuar visitando-a, que logo seria desocupada.
Pois bem, o brechó foi um sucesso, não só venderam todas as roupas, como também receberam mais doações. No final, o tratamento do Rodrigo foi integralmente pago pela ABADOC!! Não conseguiam mais fechar o brechó, pois os clientes voltavam sempre, assim como as doações de roupas e utensílios vendidos no Brechó.
Desta maneira a ABADOC fez uma proposta "indecorosa" ao Sr. Hildebrando para alugar a outra casinha por um valor pequeno ao que o Sr. Hildebrando novamente acedeu.
A ABADOC percebeu que muitos clientes do Brechó eram pessoas simples da periferia, funcionários humildes da região e donas de casa, e que conseguiam, com pouco dinheiro, adquirir produtos usados em bom estado, muitas vezes de grifes caras, que jamais teriam condições de comprar se fossem novos. Assim, a ABADOC acabou ajudando essas pessoas a resgatarem um pouco de sua dignidade ao facilitar a compra de bons artigos a preços módicos e até realizar seus sonhos de consumo, e com isso esses clientes ajudando a ABADOC a assistir os doentes de câncer.
Foi uma bênção o advento do brechó, pois as contribuições recebidas em dinheiro não faziam mais frente as despesas que estavam tendo com as doações de medicamentos, alimentos, cateteres e outros.
A ABADOC ficou neste local até 2003 quando inaugurou sua sede própria, novamente com a inestimável ajuda do Sr. Hildebrando, que doou à ABADOC duas casinhas geminadas que estavam bem judiadas à Rua Edson Bona, 208 e que foram reformadas com a inestimável ajuda do pessoal da construtora Leister e Fonseca, dos Engenheiros Raya e Roberto.
A nova sede, localizada à Rua Edson Bona, 208, jardim Peri-Peri, com mais espaço, pôde receber os assistidos com mais conforto, proporcionando café da manhã, palestra de cunho motivacional enquanto aguardavam o atendimento individual com muito carinho. Os pacientes, além do medicamento, também recebiam uma cesta básica feita com muito esmero e que contemplava também o número de pessoas residentes na casa do paciente. Também se havia crianças, a ABADOC capricha nos pacotes de bolacha.
Em 2005 a ABADOC adquiriu uma Perua Kombi com capacidade para 8 pessoas para transportar, ida e volta, os pacientes entre o ICAVC - Instituto do Câncer Arnaldo Vieira de Carvalho e ABADOC, pois muitos deles tinham dificuldade de andar e além disso saiam da ABADOC carregados com cestas básicas, e esse transporte muito lhes aliviava a carga física.
Neste período e até o momento, a ABADOC tem tido grandes desafios porque o número de pacientes só aumenta. Por outro lado, seus voluntários têm testemunhado também a solidariedade, pois sempre se deparam com pessoas de coração generoso, a Dra. Renata Vilhena, o Escritório contábil Almeida Mendes, A Maçonaria, a Bauducco, Ação Solidária Contra o Câncer Infantil, a Postall e outros tantos anônimos que regularmente ajudam, além de dos próprios inestimáveis voluntários.
Em 2008, a ABADOC recebeu a doação de uma Ducato zero km da Pró-Vida, com capacidade de 16 pessoas, a qual substituiu a antiga Kombi.
Em 2009 a ABADOC, tendo juntado recursos com campanhas de arrecadação, conseguiu comprar a prazo as casinhas que tinha anteriormente ocupado à Rua Dr. Ulpiano da Costa Manso nº 385, de propriedade do Sr. Hildebrando, que novamente ajudou a ABADOC vendendo as casinhas com um preço bastante reduzido para viabilizar a compra.
Durante os anos de 2009 e 2010, as casinhas da Rua Dr. Ulpiano da Costa Manso nº 385, foram totalmente reformadas, novamente com a inestimável ajuda da equipe dos Engenheiros Raya e Roberto, transformando no local onde hoje se realiza o Brechó Beneficente da ABADOC.
Após a triagem inicial pelo Serviço Social dos Hospitais, o paciente é entrevistado por uma voluntária da ABADOC por chamada de vídeo, onde os dados do paciente e familiares além da carência são confirmados. Nesse caso já é agendada a ida do paciente ou familiar à ABADOC para retirada dos materiais, alimentos ou medicamentos que forem necessários.
Uma vez por mês o assistido ou familiar comparece à ABADOC para retirada da doação.